OITAVO PASSEIO DO MP LAFER – ITU 2004

Pergunte a um proprietário de MP como ele dorme durante a noite que antecede a um Passeio do MP Lafer. Alias, pergunte apenas se ele dorme... Este ano houve um motivo adicional para tirar o sono destas pessoas - além da euforia típica deste período: a preocupação com o clima, cujas previsões para a região de Itu não estavam sendo muito animadoras.

Mas tempo nublado e chuvas ocasionais não representam o mesmo que compromissos profissionais, familiares ou religiosos - a razão pela qual compreende-se perfeitamente a ausência sentida de alguns ilustres colegas. E é o que explica o número expressivo de MPs reunidos para o evento, 88 na contagem oficial do Clube MP Lafer Brasil.

Desta vez houve um ligeiro atraso na largada, marcada para as dez da manhã no Posto Gral de Barueri, no km 30 da Rodovia Castelo Branco. Limitado pela topografia acidentada, o belo projeto do posto não permitiu o agrupamento único dos MPs que chegavam logo cedo, eles ficaram divididos em dois bolsões. Isso gerou a falsa impressão de que havia alguns carros atrasados.

Nos primeiros quilômetros do percurso, o tráfego intenso de caminhões e autos particulares seguindo para o interior chegou a interferir na inexorável fila indiana dos conversíveis, especialmente nas saídas dos postos seguintes e trevos de estradas secundárias, obrigando a atenção redobrada de todos. Mas logo após o pedágio a situação se tranqüilizou para o deleite dos participantes.

Lá vem o sol...

Desde quarta-feira havia aquela cor cinza no céu, convidativa para se ficar em casa. Mão para fora da janela e aquele chuvisco intermitente. Mas não é que no sábado o dia clareou? Parecia uma espécie de recompensa aos organizadores do evento, aos motoristas, amigos e familiares, e especialmente ao povo ituano, que demonstrou ser muito acolhedor e receptivo.

Como esquecer do gesto da Guarda Civil de Itu, aguardando a chegada dos MPs na cidade com motocicletas e camburões, para oferecer escolta até o centro histórico da cidade? O mesmo em relação a um garotinho, sentado na calçada de sua casa, que de repente viu passar, com um brilho no olhar e um sorriso sincero, aquela infinidade de máquinas portadoras de gente feliz.

Reconhecimento

Itu pode não ter as praias badaladas de Guarujá, ou o charme pseudo-europeu de Campos do Jordão - só para ficarmos nos Passeios mais recentes - mas que outra cidade poderia oferecer a fachada do Museu Republicado, em plena Rua Barão de Itaim, como cenário para a concentração dos MPs? Surpreendeu-se quem esperava ver apenas uma cidade com fama de possuir mania de grandeza.

A data, 17 de abril de 2004, não foi escolhida ao acaso, pois se trata da véspera do aniversário de 131 anos da histórica “Convenção de Itu”, que culminou na criação do Partido Republicano Paulista, rendendo para a cidade o título de “Berço da República”. Não são poucos os exemplares arquitetônicos na cidade que estão preservados e retratam bem esta época.

Nesta hora, cabe a menção honrosa do Clube MP Lafer Brasil para dois personagens fundamentais para a realização do evento em tais condições, a primeira para o secretário municipal de turismo, Paulo Moraes Lima, e a segunda, para Antonio Luis Andolfo, ituano convicto, que recentemente adquiriu um MP. Este, além da placa, ganhou também o apelido de Barão Vermelho.

Capota

Na seqüência, durante a já tradicional troca de prendas entre os participantes, tomou a palavra nas escadarias de acesso à Casa do Barão o primeiro presidente do Clube, Samuel Silva Junior, desejando mais e mais edições do Passeio do MP. Estavam lá representantes de várias regiões do país: sul de Minas, norte do Paraná, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal, além de São Paulo.

Todos aguardando o momento do sorteio de uma capota bege, doada pela Tony-Car, sempre presente nestas ocasiões. Coube a Roberto Vignon experimentar seu dia de sorte e voltar para casa com um belo item de reposição para seu conversível recém restaurado. Voltar para casa... Como passa rápido um dia onde há tantos amigos para felicitar. O jeito á mandar um abraço a todos.

Rendimentos

Dirigir um carro aberto, com o vento no rosto, o ronco do motor forte nos ouvidos, e sua vibração sendo transmitida às mãos por um volante de madeira, é sempre uma satisfação de poucos paralelos. É bem verdade que depois da segunda centena de quilômetros rodados, com o sol escaldante sobre os ombros, pode causar algum cansaço físico, mas a revitalização espiritual é incontestável.

Um Passeio Anual de MP sempre rende boas lembranças e ótimas conversas nos dias seguintes. São possibilidades de conhecer novas pessoas com o potencial de descortinar novos horizontes, com seus pontos de vistas diversificados. Dá para perguntar, sem receio de cair no lugar comum, onde será o passeio do ano que vem. E sempre dá para agradecer a alguém, lá em cima, por tudo isso.

Texto e fotos (Barueri / Itu): Jean Tosetto
Fotos (durante o percurso): Marcelo Balensiefer
Diagramação : Rene Sarli
Agradecimentos : Walter, Marcão e Romeu

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