O
ÚLTIMO TI
Alberto Benevides mora na cidade
de Santo André, na Grande São Paulo.
E grande é o cuidado que ele tem com seu MP
Lafer Ti 1989 - segundo ele o último Ti licenciado
- que clicamos durante o Sétimo Passeio do
Clube MP Lafer Brasil, realizado no dia 26 de abril
para Campos do Jordão.
A versão Ti foi lançada no final dos
anos setenta para facilitar a adequação
do MP às normas rigorosas de segurança
do mercado norte americano, que vetava o modelo cromado
de pará-choques. As primeiras unidades, no
entanto, ainda saíram muito parecidas com o
modelo tradicional, fiel ao MG TD 1952.
Mas não demorou muito para que as diferenciações
dos modelos tradicional e Ti se acentuassem. Afinal
de contas, Percival Lafer viu no Ti a possibilidade
de fazer experimentações no desenho
do conversível, que o modelo inspirado no TD
não permitia. Logo surgiu a grade frontal inclinada
e depois reestilizada completamente (como no carro
do Benevides), assim como as rodas exclusivas e a
eliminação total das peças cromadas.
O tratamento interior é um caso a parte. As
tonalidades naturais da madeira foram substituídas
por cores que acompanham a pintura externa do roadster.
Porém, além da estética alternativa,
o modelo Ti também foi favorecido pelas "licenças
aerodinâmicas", ou seja, foi possível
"domar" melhor o fluxo de ar que circula
sob os pára-lamas frontais, anexando aos pára-choques
correspondentes "spoilers" protetores e,
com isso, reduzir consideravelmente a perca de rendimento
do carro nas acelerações.
Como gosto não se discute, nem todos os entusiastas
do MP convencional estendem seu interesse pelo Ti.
Mas algo ninguém pode discutir: o MP Lafer
Ti galgou seu lugar na história do automóvel
brasileiro por apresentar inovações
no desenho de um clássico esportivo mundialmente
conhecido, inserindo-se no contexto de sua época.
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