CINEMATOGRÁFICO!

Sempre tive vontade de ter um MP desde a época em que ele começou a ser fabricado, mas acabei até esquecendo dele, pois possuía carros normais por necessidade da família, e mesmo porque este modelo simplesmente havia desaparecido das ruas. Um dia, porém, um amigo disse-me que havia comprado um, e isto me encorajou a procurar um também. Através de um colega de serviço, fiquei sabendo de um modelo 78 que estava à venda. Fui vê-lo no mesmo dia, e decidi comprar na mesma hora, já que ele estava com aspecto bom, e o preço estava razoável. Logo que o levei para casa, já fui desmontando tudo que podia, limpando-o, polindo-o, enfim querendo entender toda a sua construção, quando pude constatar que tudo nele era original, e só estava desgastado pelo tempo.

A partir daí, devagarinho fui trocando algumas peças necessárias, até que um dia, após conhecer o "mago" do MP Lafer, o Toninho de São Bernardo do Campo, resolvi fazer uma restauração geral, para que ele ficasse novo de novo.

Deu até uma certa pena de desmontar um carro que estava com aspecto tão bom e em bom estado de conservação, porém, eu o queria realmente novo, como saiu de fábrica, e aí eu resolvi fazer um trabalho tão radical, que se pudesse juntar todas as peças que foram trocadas, quase que daria para montar outro MP.

A desmontagem foi completa, peça por peça, com a retirada da carroceria do chassis, e na montagem, tudo que precisava foi trocado ou restaurado para se manter a originalidade. Aí o carro recebeu revisão geral na mecânica, pintura geral com remoção da antiga, forração nova, bancos em couro, troca de todo o madeiramento, capota nova, borrachas, cromeação completa, vidros novos com acionamento elétrico, grade, faróis, instrumentação revisada, polimento de rodas, pneus novos, troca de câmbio, suspensão regulável e outros detalhes necessários. E, para dar um toque pessoal, foi acrescentado um adôrno na tampa do radiador, que é um cão galgo inglês da década de 30, comprado no mercado das pulgas desses encontros de carros antigos que costumamos participar.

Quanto ao resultado? Bem, quando saio com ele pelas ruas, eu só ouço coisas como: "nossa, que maravilha!", "é cinematográfico!", "que carro espetacular!", "saiu agora da linha de montagem?", "que gracinha, gostaria de ter um", "nunca vi outro igual", e por aí vai.

Walter Barboza de Arruda

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