TESTE DA REVISTA QUATRO RODAS

O MP Lafer foi lançado comercialmente em 1974, utilizando um motor VW 1500 que logo gerou protestos devido a sua falta de potência, conforme menciona a edição de Quatro Rodas número 165, de abril daquele ano (páginas 86 à 91).
Foi providenciada então, a versão 1600, que seria a definitiva, e que foi avaliada novamente pela revista, publicando os resultados no mês de dezembro, edição 173 ("MP Lafer: Mais Força no Motor", páginas 234 à 240, reportagem de Emílio Camanzi e fotos de Cláudio Larangeira)
Tomamos a liberdade de reproduzir o resumo desta avaliação, como forma de expor ao internauta, de maneira imparcial, os atributos e também as deficiências do carro:

ESTABILIDADE (* * * BOM) - Com o menor peso e, consequentemente, maior rigidez da suspensão, além da rodas de tala 6 polegadas e pneus radiais, sua estabilidade é boa, com tendência sobresterçante mas facilmente controlável. Mas, nas retas, é sensível aos ventos laterais.

ESTILO (* * * BOM) - Como é uma réplica, nada tem de novo, embora a traseira seja um pouco maior para poder acomodar o motor. Mas seu acabamento e a tentativa de conseguir a maior fidelidade possível nos detalhes o tornam um belo carro.

INSTRUMENTOS (* * * * ÓTIMO) - Com relógios opcionais com que estava equipado o carro testado, o painel se torna completo. Os instrumentos são bem visíveis e de fácil leitura, mesmo à noite. O velocímetro é preciso e os erros que apresentou foram pequenos.

DIREÇÃO (* * * BOM) - O volante é pequeno e de diâmetro muito bom, permitindo facilidade nas manobras e um maior espaço para as pernas. A caixa de direção, igual à dos Volkswagen, é rápida e precisa e não é pesada. Apenas o diâmetro de giro é que deveria ser menor.

FREIOS (* RUIM) - São o ponto fraco. Como é mais leve, deveria ter o sistema recalibrado para não permitir que as rodas travem e façam o carro ficar inseguro nas freadas. As medidas conseguidas foram muito grandes, principalmente em altas velocidades.

DESEMPENHO (* * REGULAR) - Devido as suas tendências esportivas, o desempenho deveria ser melhor. Com o uso do motor 1600 ele melhorou, principalmente nas acelerações e um pouco na velocidade máxima. Mas assim mesmo continua fraco, necessitando um motor mais forte.

CONSUMO (* * REGULAR) - Com o motor do Brasília o consumo deveria ter melhorado, mas continua muito baixo, principalmente na estrada. Devido a sua penetração aerodinâmica, que não é das melhores, o motorista é obrigado a pisar sempre fundo no acelerador.

TRANSMISSÃO E CÂMBIO (* * * * ÓTIMO) - Originais do Volkswagen, não apresentam problemas. O câmbio trabalha muito bem, e a alavanca, reposicionada, permite ao motorista engatar facilmente as marchas. Apenas a quarta deveria ter uma relação mais curta.

MOTOR (* * * BOM) - É também original Volkswagen, do modelo Brasília. Com 1600 cc de cilindrada, porém, não oferece uma potência muito alta, prejudicando odesempenho e o consumo. Mas é um motor com características de durabilidade e facilidade de manutenção.

PORTA-MALAS (* * * BOM) - Por ser um carro esporte, que teve o motor mudado de posição, o porta-malas tornou-se amplo. Comporta a bagagem de duas pessoas, além de haver ainda um espaço atrás dos bancos, aumentando a capacidade de carga.

NÍVEL DE RUÍDO (* * REGULAR) - Num carro conversível em que os ocupantes ficam sentados quase sobre o motor, o nível de ruído sempre é alto. Mas no MP Lafer o barulho do motor é alto demais, mostrando que se deveria ter tido mais cuidado com o seu isolamento acústico.

POSIÇÃO DO MOTORISTA (* * * BOM) - O carro não tem encostos reguláveis, mas os bancos permitem regulagem para frente e para trás, além de serem confortáveis. Os comandos estão todos à mão e a visibilidade para o motorista é boa.

CONFORTO (* * * BOM) - O espaço interno conseguido no MP Lafer é muito bom. Os bancos são cômodos e as pernas têm bom espaço. Além disso, a suspensão absorve muito bem as irregularidades fazendo com que o conforto seja bom mesmo em ruas com piso irregular.

ACABAMENTO (* * * BOM) - O MP Lafer é bem acabado, tanto externa como internamente. Entretanto, pelo preço, ele deveria apresentar alguns detalhes mais bem cuidados e alguns acessórios a mais, como por exemplo, um isqueiro elétrico.

SUSPENSÃO (* * * BOM) - Original também dos Volkswagen, é boa para o automóvel que, apesar de ser esporte, não tem características de desempenho esportivas. É durável e, mesmo não tendo sido modificada, funciona muito bem no carro, em função do menor peso.

 

FICHA TÉCNICA

Motor - De quatro cilindros opostos, traseiro, refrigerado a ar; diâmetro e curso dos cilindros de 85 x 69 mm; 1585 cm³ de cilindrada; taxa de compressão de 7,2:1; comando único central; válvulas no cabeçote; potência máxima de 60 HP SAE a 4 600 rpm; torque máximo de 12 mkg SAE a 2 600 rpm; gasolina: comum.

Transmissão - Embreagem monodisco a seco de acionamento mecânico; câmbio de quatro marchas sincronizadas para a frente e ré; relações: 1ª) 3,80:1; 2ª) 2,06:1; 3ª) 1,32:1; 4ª) 0,89:1; ré) 3,88:1; relação do diferencial: 4,125:1; tração traseira.

Carroceria, chassi - Em fibra de vidro, tipo cupê conversível, duas portas, dois lugares; chassi de plataforma de aço com túnel central.

Suspensão - Dianteira: do tipo independente, com barras de torção em feixes; barra estabilizadora e amortecedores telescópicos; traseira: independente com semi-eixos oscilantes, barras de torção; barra compensadora e amortecedores telescópicos.

Freios - A disco nas rodas dianteiras e a tambor nas traseiras.

Direção - Mecânica do tipo setor e rosca sem fim.

Desempenho - Aceleração de 0 a 100 km/h em 21,6 segundos; velocidade máxima (média de quatro passagens): 125,996 km/h; consumo a 80 km/h (velocidade constante) 12,1 km/litro.

Dimensões - Comprimento total: 391 cm; largura: 157 cm; altura: 135 cm; distância entre-eixos: 240 cm; bitola dianteira: 131 cm; traseira: 135 cm; peso em ordem de marcha: 760 kg.

(fonte: Revista Quatro Rodas - Editora Abril - edição 173 - dezembro de 1974, p 143.)

         
Reproduções das capas das edições 165 e 173,
abril e dezembro de 1974, respectivamente

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