ESTAÇÃO DE RIO CLARO RECEBE 12 MPs
Se em
2002 os diretores do Antigo Auto Clube de Rio Claro escolheram
o Aero Clube da cidade para a realização de
seu encontro anual - com direito até a exposição
de um raríssimo avião construído artesanalmente
com o motor de um Ford 29 - neste ano de 2003 eles resolveram
privilegiar a memória de outro meio de transporte igualmente
importante, o ferroviário, através da estação
municipal de trem, atualmente desativada.
Muitas cidades do interior paulista cresceram – e até
mesmo tiveram sua origem - a partir das estações
de trens, cujas linhas férreas levavam para o porto
de Santos a principal fonte de riqueza para o estado de São
Paulo na virada do século 20: o café. Alias
os primeiros automóveis que rodaram por aqui foram
importados pelos donos das imponentes fazendas desta cultura,
que mantinham suntuosas residências na capital e cidades
prósperas como Campinas, Ribeirão Preto e Rio
Claro.
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E
foi justamente para favorecer o desenvolvimento
da industria automobilística no Brasil
que as estradas de rodagem foram sendo priorizadas
pelos governantes, em detrimento da manutenção
das vias férreas, que paulatinamente foram
sendo desativadas ou seu tendo uso restringido
ao transporte de cargas, deixando os passageiros
à mercê dos ônibus, táxis
e dos primeiros automóveis de passeio acessíveis
à classe média, como VWs e DKWs.
Conseqüentemente
as estações, antes fundamentais,
ficaram relegadas ao ostracismo, até se
tornarem prefeituras, museus, delegacias e (infelizmente
em alguns casos) abrigo para indigentes. É
por isso que iniciativas como a do Antigo Auto
Clube de Rio Claro são louváveis,
pois promovem o uso, mesmo que ocasional, de espaços
como estes pela população, movimentando
o comércio das proximidades e trazendo
à tona a necessidade de refletirmos sobre
a ociosidade de um vasto patrimônio, uma
situação comum a várias outras
cidades.
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Foi o
que ocorreu no dia 29 de junho de 2003 durante o XIII Encontro
de Veículos Antigos de Rio Claro, os dois pátios
da estação ficaram tomados pelas raridades,
sendo necessário recorrer às ruas e avenidas
adjacentes para abrigar todos os participantes, inclusive
as barracas de comércio de itens afins (peças,
literaturas, camisetas e miniaturas). Os donos de bares e
restaurantes das redondezas certamente não tiveram
do que se queixar e quem resolveu esticar a caminhada depois
do almoço, pôde desfrutar de uma praça
extremamente arborizada, a poucas quadras do evento.
Este
Wosley 1951, de São Carlos, seria um dos três
existentes no Brasil. Muito semelhante ao MG TD, também
era comercializado pela Morris, no Reino Unido, onde os volantes
são postados à direita do painel.
Como era
de se esperar, o Clube MP Lafer Brasil não deixou a
data passar em branco, levando nove representantes da Grande
São Paulo, que somaram-se a três proprietários
de MPs em cidades do interior: Rio Claro, Jaú e Paulínia.
Agraciados com bonés, camisetas e placas comemorativas
do evento, o retorno à capital foi uma ocasião
propícia para avaliar o novo trecho de ampliação
da Rodovia dos Bandeirantes.
À
direita: o diorama do Doutor Gilberto Martines (ao fundo)
chama tanta atenção dos participantes
dos eventos quanto seu próprio MP!
Abaixo:
esta foto de Ronaldo Senerini registra o momento em
que os membros do Clube MP Lafer Brasil deixam a estação,
passando junto aos antigos trilhos da cidade. |
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Texto
e fotos: Jean Tosetto
Diagramação: Rene Sarli
Serviço:
Antigo
Auto Clube de Rio Claro
Avenida Visconde do Rio Claro com a Av. 26 e Av. 28 –
Caixa Postal 426
CEP 13.500-970 – Rio Claro – SP
Vagner Luiz Letízio – Diretor
E-mail: vlletizio@ig.com.br
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