PEÇAS
ALTERNATIVAS PARA O MP
Os entusiastas
do MP Lafer costumam defender a idéia de que ele é
um carro com linhas clássicas que pode ser usado, sem
muitas reservas, no dia-a-dia (isso não ocorre com
vários outros modelos, confinados às garagens
de colecionadores que só o utilizam em raras ocasiões).
Uma das razões da despreocupação dos
proprietários de MP é o fato de que a grande
parte de suas peças ainda está disponível
na praça, seja através das oficinas especializadas,
seja no mercado de pulgas, atuante nos encontros cada vez
mais numerosos.
Mas nem
todas as peças são fáceis de encontrar,
principalmente para quem vive longe do eixo Rio - São
Paulo. Pode ser também que o preço cobrado por
determinado item seja caro demais para quem quer apenas curtir
um passeio com a capota abaixada - para estes, originalidade
não é essencial. Por outro lado, existem aqueles
que gostam de personalizar seu carro (com estilo, por descordar
da estética de algum acessório), afinal de contas
o MP é uma réplica, e como tal, “empresta”
algumas peças de outros veículos. Foi pensando
neste público que preparamos um pequeno guia com dicas
de alternativas para a manutenção dos MPs:
Volante
Recebemos,
certa vez, um e-mail de Leonardo da Silva Oliveira, de Pelotas,
Rio Grande do Sul. Na ocasião ele solicitou possíveis
contatos de pessoas que poderiam lhe vender um volante do
MP, de madeira (os que ele havia encontrado estavam com preços
absurdos). Como não temos fins comerciais, recomendamos
que ele deixasse de procurar por um “volante do MP”.
Explica-se: a Panther estampou sua marca nos primeiros volantes
do conversível. A mesma oferecia modelos esportivos
para outros carros da época, como Opala, Puma e Corcel.
E foi justamente procurando por um “volante de madeira
do Corcel” que o Leonardo resolveu seu problema! O resultado,
segundo ele, ficou muito bom.
Rodas
Eis aí
um item extremamente difícil de encontrar, tanto para
a versão Ti como para o primeiro modelo da versão
tradicional. Para este último há uma boa saída:
procurar pelas rodas da GM para o Opala Diplomata, dos anos
oitenta. O desenho destas é bem semelhante ao das rodas
originais do MP - guardam ao menos o mesmo princípio.
Mas esta solução pede adaptações:
a panela deve ser remarcada para receber cinco parafusos ao
invés dos quatro habituais. Para os mais caprichosos
recomenda-se a pintura das superfícies de fundo em
tom negro, para destacar os “pseudo-raios” prateados.
A logomarca octogonal do MP pode ser reproduzida na tampa
do cubo por um torneiro mecânico voluntarioso.
Maçanetas
Antes
da Lafer adotar, a partir de 1981, as mesmas maçanetas
do Passat em seus carros, eram utilizadas maçanetas
especiais, semelhantes às que vemos nos antigos Fordinhos
da década de 1920. Elas podem ser encomendadas na Grande
São Paulo (vide artigo “Perguntas e Respostas”
deste site), mas não é exagero afirmar que “valem
o seu peso em ouro”. Pelo preço de um CD duplo
é possível comprar, até numa concessionária
autorizada da Toyota, um par de maçanetas do jipe Bandeirante.
Basta a troca do pino que encaixa na fechadura, e um furo
adicional na porta para facilitar a fixação,
intermediada por uma camada fina de borracha, recortada de
uma câmara de ar.
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Retrovisores
O
MP saía de fábrica equipado apenas com o retrovisor
externo esquerdo, além do interno. Porém, é
quase um consenso entre os sócios do Clube MP Lafer
Brasil a instalação do retrovisor na porta direita
(o mesmo da linha Opala e Caravan dos anos setenta). Acontece
que neste caso há uma certa restrição
para sua regulagem, devido à sua posição
pouco privilegiada. Buscando uma eficiência maior neste
quesito, nosso colega Nelson Ormezzano (o Barata), teve a
idéia de adaptar os retrovisores do DKW na hastes cromadas
do pára-brisas de seu carro, durante restauração
na Tony-Car. A receptividade foi tão boa que muitos
modelos hoje em dia saem da oficina desta maneira.
Pisca-pisca
Questão
puramente estética. O pisca-pisca do MP é idêntico
ao utilizado no Fusca, tamanha identificação
de seu formato chega mesmo a incomodar alguns proprietários,
que passam a procurar por alternativas mais elegantes, para
ressaltem a beleza das linhas curvas do conversível.
Mas é recorrendo ao pisca-pisca do mesmo Fusca, só
que dos modelos mais antigos (fabricados até 1961),
que se chega a uma configuração satisfatória.
Detalhe: é preciso ter muita paciência para encontrar
um par deste item que, para variar, não é barato.
O mesmo se aplica a quem procurar por peças do próprio
MG TD para adaptar.
Conclusão
Certas
pessoas não admitem alterar os aspetos originais de
seu MP, já outras preferem dar um toque pessoal à
sua raridade - vide adornos sobre as grades frontais. Por
vezes, a praticidade vai fala mais alto do que a falta de
tempo para se dedicar ao veículo. De qualquer maneira
o bom senso deve prevalecer – se a peça não
for original, que pelo menos não destoe das características
inerentes ao projeto do carro. O mais importante é
zelar pela segurança e manter o MP em boas condições
de funcionamento. Só assim se poderá desfrutar
de cada passeio, sem maiores preocupações.
Texto
e fotos: Jean Tosetto |
Diagramação:
Rene Sarli |
Colaboração:
Nelson "Barata" Ormezzano e |
Leonardo
da Silva Oliveira |
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